Na realidade dos atendimentos de um clínico geral ou de um cardiologista, principalmente aqueles que atuam como plantonistas, é comum surgir uma emergência pediátrica que exija de você a interpretação de um laudo do ECG pediátrico.

As indicações de ECG em crianças podem ser diferentes das do adulto, uma vez que, o funcionamento do sistema cardiovascular  sofre alterações importantes ao longo da vida. Essa mudança é indicada nos valores de referência que usamos para fazer a correta interpretação do eletrocardiograma infantil. 

Por esse motivo, existe uma série de cuidados que devemos ter na hora de ler e interpretar um ECG infantil e isso é muito importante para que diagnósticos equivocados não sejam descritos diante de achados benignos no traçado.

Por essa razão, a leitura e interpretação de um ECG infantil deve ser realizado com cuidado para evitar diagnósticos errados ou mesmo deixar passar alguma patologia mais grave ou congênita. 

A própria execução do exame é diferente, pois está sujeito a realização de mais registros, sobretudo quando o paciente é muito jovem e não é capaz de entender os comandos do médico para permanecer imóvel durante a realização do exame. 

ATENÇÃO DURANTE A REALIZAÇÃO DO EXAME.

Crianças são agitadas e, logicamente, a realização do ECG pede mais calma para que a movimentação do paciente não interfira no resultado do exame. O ideal é contar com a preparação do ambiente de modo a deixá-lo mais tranquilo e lúdico possível.  E claro, contar com a presença dos responsáveis do paciente para acalmá-lo durante a realização do procedimento. 

Além disso, preparar o uso correto dos eletrodos e fazer as adaptações para o atendimento infantil é uma garantia a mais para um resultado mais preciso e não esquecer que as referências de posicionamento são as mesmas aplicadas em um paciente adulto. 

Quando devo indicar um ECG pediátrico?

O eletrocardiograma infantil pode ter uma série de indicações que não costumam estar presentes na rotina de investigação de adultos. Sem dúvidas, as principais estão relacionadas à pesquisa de cardiopatias congênitas, que podem ser a causa de sinais e sintomas bem precocemente.

A principal manifestação de doenças congênitas é a cianose, que se traduz por uma cor azulada em tom escuro, perceptível na pele e/ou mucosas do paciente e que indica a diminuição de aporte sanguíneo adequado nos tecidos da criança.

Outra forma comum de manifestação de doenças congênitas é a ocorrência de sinais e sintomas de insuficiência cardíaca, que podem ser identificados inclusive durante as próprias mamadas, logo nos primeiros dias de vida.

Outras causas comuns de investigação com o eletrocardiograma podem incluir quadros infecciosos como febre reumática, endocardite e pericardite, além das queixas de palpitações que podem indicar arritmias subjacentes.

Outras causas sistêmicas para a solicitação do ECG são: ingestão de drogas, hipotermia, quadros convulsivos e episódios de apneia. Por fim, se o histórico familiar de morte súbita estiver presente, é necessário a investigação complementar com o registro de ECG para todas as novas crianças da família.

Como realizar a correta interpretação do ECG pediátrico?

A complexidade em precisar os padrões eletrocardiográficos normais em crianças levou Davignon et al a elaborar uma tabela que auxilia na hora da interpretação dos dados. 

A tabela relaciona a idade do paciente com diversos aspectos avaliados no eletrocardiograma. Para uma interpretação adequada, o correto é checar a faixa etária da criança e avaliar os dias de vida dela, pois há valores específicos de frequência cardíaca e que são divididas em até 12 grupos em pacientes de até 16 anos. 

 Na teoria, com o auxílio da tabela de Davignon, qualquer médico é capaz de ler e interpretar um ECG pediátrico. Na prática não é bem assim. É muito comum o médico iniciante se perder frente a interpretação da tabela e não saber identificar como normais achados que são relativamente comuns em ECGs pediátricos. Ou pior, se esquecer ou mesmo desconhecer essa referência para análise e colocar em risco a sua capacidade de interpretação correta do traçado.

Diante de tudo isso, você se sente capaz de interpretar um ECG pediátrico?  É claro que a resposta para essa pergunta é complexa, afinal, segurança e capacidade chegarão com o tempo e prática. Enquanto isso, é importante que você possa contar com ajuda de um profissional mais experiente na hora de avaliar o ECG pediátrico. 

E se você precisar de suporte imediato na interpretação de ECGs infantis, com suporte online 24hs por dia, laudos em até 10 minutos e todo auxílio na condução do paciente, conheça nossas soluções. Até você adquirir a experiência necessária pode ser muito útil para que tenha mais tranquilidade durante seus atendimentos e plantões.